A Síndrome de Kleine-Levin (KLS) é também conhecida como Síndrome da Bela Adormecida.
É um distúrbio neurológico raro (prevalência de 1-9/ 1.000.000) que se caracteriza por episódios recorrentes de hipersônia (aumento do sono, sonolência) que podem durar dias a semanas e até mais de um mês. O que parece ser ter sido o primeiro caso de KLS foi relatado por Brierre de Boismont em 1862. Múltiplos casos de hipersônia recorrente foram primeiramente relatados em Frankfurt por Kleine em 1925. Levin enfatizou a associação da hipersônia recorrente com a hiperfagia (comer compulsivo) em 1929 e 1936. Durante os episódios de hipersônia o paciente pode ficar letárgico, sonolento ou pode dormir horas seguidas sem se levantar sequer para alimentar-se. Durante a “crise” quando não está dormindo em geral existe mudança de comportamento muito significativa; podendo apresentar aumento do apetite (hiperfagia), hipersexualidade, sintomas depressivos e até alucinações. Nestes episódios muitas vezes os pacientes relatam que não conseguem diferenciar a realidade do sonho e não sabem se determinada coisa realmente aconteceu ou se estavam sonhando. No período entre “crises” o paciente volta completamente ao normal e reassume a suas atividades diárias e familiares. Em geral este distúrbio começa na puberdade e é mais prevalente em homens. Pode ter um gatilho como ingestão de bebidas alcoólicas, drogas recreativas, privação do sono ou infecção viral. A causa da síndrome ainda não foi identificada, desta forma não existe um tratamento efetivo e/ou curativo. Muitos medicamentos tem sido utilizados na tentativa de reduzir o período de hipersônia ou aumentar o período entre crises. Como a doença é pouco conhecida, muitas vezes os pacientes demoram muito tempo para ter um diagnóstico adequado e por vezes são tratados como distúrbios psiquiátricos. Os episódios de hipersônia e letargia são erroneamente interpretados como quadros depressivos. Um ponto importante nesta doença é o diagnóstico adequado e a orientação dos familiares, já que estes episódios de hipersônia recorrente são um ”pesadelo” na vida do paciente e da família. Na literatura existem muitos casos de remissão espontânea após a idade adulta. Todos os casos suspeitos devem ser investigados e orientados por profissional habilitado.
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