24/03/2017
Epilepsia: Oque é essencial saber sobre a Epilepsia?
Oque é essencial saber sobre a Epilepsia?
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No dia 26 de março comemoramos o dia mundial da epilepsia também chamado de Purple Day. Esta data é um dia para conscientização sobre a epilepsia. Participe!

A epilepsia é uma doença na qual o indivíduo tem predisposição a ter crises epilépticas. É uma doença neurológica muito prevalente e afeta cerca de 2% da população mundial de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 5% da população terá, ao menos, uma crise epiléptica na vida. Muitos de nós temos familiares que tiveram, têm ou terão epilepsia; mas infelizmente devido ao preconceito não compartilham informações. A Epilepsia não é contagiosa e não é transmissível.

  1. Quais as causas da Epilepsia?

Não existe uma causa, mas inúmeras causas. A epilepsia pode acontecer por:

  • Predisposição genética, neste caso muitas vezes são idade relacionadas e podem ser autolimitadas (como epilepsias benignas da infância, epilepsias tipo ausência infantil e juvenil, epilepsia mioclônica juvenil, etc.)
  • No contexto de uma doença genética determinada na qual a epilepsia faz parte do quadro clínico (Esclerose Tuberosa, Síndrome de Algemam, Síndrome de Rett, etc.).
  • Secundária a lesões estruturais cerebrais (pós acidente vascular cerebral, pós sequela de traumatismo cranioencefálico, tumores cerebrais benignos ou malignos, displasias cerebrais, etc.)
  • Secundária a doenças infectocontagiosas (meningites, neurocisticercose, HIV, etc.)
  • Secundárias a distúrbios autoimunes (encefalites autoimunes ou manifestação neurológicos de doenças autoimunes sistêmicas como Lúpus, etc.)
  • Secundária a distúrbios metabólicos
  • Causa desconhecida (se pesquisa tudo e não se encontrada nada)

 

  1. Como é uma crise epilética?

Existem inúmeros tipos de crises epilépticas. Sendo as mais comuns:

  • Crises tônico-clônico generalizadas ou ataques epilépticos: geralmente precedidas por grito e queda, rigidez dos membros seguidas por abalos generalizados (descritos como tremores), as vezes associados a versão ocular (revirar os olhos) e liberação de urina ou fezes.
  • Crises focais disperceptivas ou parciais complexas: em geral chamadas pelos pacientes como “brancos” ou “ausências”. Em geral o indivíduo fica com o olhar parado, olhos arregalados, movimentos orais tipo mastigar e as vezes tem fala incompreensível e movimenta os braços (automatismos gestuais). As vezes essas crises são precedidas por sensação ruim na boca do estômago, medo, sensação de Déjà-vu,etc   
  • Crises de ausência: parada muito breve do comportamento as vezes associada a piscamento das palbebras. Muitas vezes o indivíduo não percebe e contínua a atividade de onde parou.
  • Crises mioclônicas: Muito similares aos “sustinhos” que todos temos quando estamos cansados na hora de dormir. Movimentos abruptos e involuntários muito rápidos em geral nos braços.

 

  1. Epilepsia tem tratamento?

Assim como a hipertensão arterial e o diabetes, existe sim tratamento para epilepsia e na maioria dos casos é medicamentoso (uso de remédios específicos). A grande maioria das epilepsias (70 a 80 %), responde muito bem ao tratamento farmacológico com adequado controle das crises epilépticas. O tipo de medicamento e tratamento é individualizado e depende do tipo de crise, idade, perfil do paciente e síndrome epilética. O medicamento adequado para um paciente pode ser até prejudicial a outro. Cerca de 20% dos pacientes não respondem muito bem apesar do tratamento medicamentoso adequado, nesta fase existe a necessidade de avaliações mais criteriosas para indicações de outros tratamentos ou tratamentos alternativos (cirurgia em alguns casos, estimulador de nervo vago, etc.).

  1. Existe cura para epilepsia?

Depende de cada caso. Existem casos de propensão genética e autolimitada. Se um indivíduo com epilepsia para de ter crises com controle medicamentoso, após um período variável (2-3 anos), analisado caso a caso, faz-se a tentativa de retirada gradual da medicação. Se em outros casos existe uma causa estrutural operável, após um procedimento cirúrgico existe grande chance de cura.

  1. Pacientes com epilepsia podem dirigir?

Existe legislação Brasileira para isso. O paciente deverá preencher um questionário durante a solicitação da carteira de habilitação e deverá apresentar um parecer do médico neurologista.

https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=108968

Resolução CONTRAN nº 267 de 15/02/2008

  1. Mulheres com epilepsia em uso de medicação anticonvulsivante podem engravidar?

Existem drogas anticonvulsivantes com maior ou menor potencial teratogênico, assim como vários anticonvulsivantes interferem na questão dos anticoncepcionais. Em mulheres com epilepsia o ideal é que a gestação seja planejada com seu médico, já que existem estratégias no manejo da epilepsia que reduzem os riscos para a mãe e para o bebê.

http://neuromeddiagnosticos.com.br/noticia/epilepsia/epilepsia-na-mulher

     7. Oque fazer durante uma crise?

http://neuromeddiagnosticos.com.br/noticia/epilepsia/oque-fazer-durante-uma-crise-epileptica

 

Consulte seu médico, tire todas as suas dúvidas no consultório. Na Epilepsia é muito importante a interação médico paciente e a aderência ao tratamento. 

 

Dra. Lucia Sukys Claudino

Neurologista e Neurofisiologista Clínica

Responsável pelo ambulatório de Encefalopatias Epilépticas adulto HU/UFSC 

 

 

 

 

 

 

 

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