O tratamento para epilepsia é sempre individualizado visando não apenas o controle das crises epilépticas como também a qualidade de vida. Os anticonvulsivantes em geral são escolhidos baseando-se no tipo de crise, idade, síndrome epiléptica, uso adjuvante de outros medicamentos, alergias, farmacodinâmica e farmacocinética, etc. No caso da mulher é muito importante levar em conta se está ou não em idade fértil, já que muitos anticonvulsivantes interferem e interagem com os anticoncepcionais podendo reduzir a eficácia destes. Além disso, se há o risco de gravidez deve ser levado em conta a potencial teratogenicidade (risco de malformação fetal) de alguns anticonvulsivantes.
Drogas anticonvulsivantes que reduzem a eficácia dos anticoncepcionais:
Drogas que não interferem na eficácia dos contraceptivos:
O valproato e a lamotrigina tem seus níveis séricos reduzidos com o uso de anticoncepcionais orais (ACO), necessitando de ajuste de dose. Ou seja, provavelmente após o início do uso do ACO, será necessário aumentar a dose do anticonvulsivante.
É muito importante que seu neurologista discuta com você e seu/sua ginecologista a respeito das melhores opções de contracepção.
As principais alternativas que não sofrem interação dos anticonvulsivantes são os dispositivos intrauterinos e o uso de medroxiprogesterona intramuscular. Ainda assim é recomendável o uso associado de métodos de barreira (camisinha).
Durante a idade fértil na mulher recomenda-se a suplementação contínua com ácido fólico visando prevenir as malformações do tubo neural.
Em relação ao potencial teratogênico do anticonvulsivantes parece ser dose dependente e fármaco-dependente.
A frequência de malformações fetais na população em geral é de 2 a 3%. Em pacientes epilépticas em uso de anticonvulsivantes o risco de malformações varia de 3 a 10%.
As drogas anticonvulsivantes aparentemente como maior potencial teratogênico são:
Dra. Lucia Sukys Claudino, Ph.D.
Neurologista
Especialista em medicina do sono