A incidência de epilepsia na infância é muito variável, 41-187/100,000 habitantes. Metade dos casos de epilepsia têm início na infância, em geral até 5 anos de idade. Cerca de 70% a 80% remitem/desaparecem até a adolescência.
20% a 30% dos casos podem ser considerados formas mais graves (difícil controle) e permanecem até o fim da vida. É improvável que uma primeira crise circunstancial se repita. Se uma primeira convulsão não for provocada, no entanto, em cerca de 30 a 50% dos casos elas ocorrerão novamente.
O que fazer quando uma criança está sofrendo uma crise epilética?
Toda crise epilética inédita deve ser investigada. Durante a crise colocar a criança de lado e afrouxar as roupas, proteger a cabeça e cronometrar a duração da crise. Nunca introduzir nenhum objeto na boca. No mais, o que resta é esperar a crise se encerrar e não assustá-la para que ela se sinta acolhida e levá-la ao médico.
Após a primeira crise a criança deve ser avaliada e realizar um eletroencefalograma, exame de imagem, exames de sangue e as vezes análise do liquido da espinha (liquor). O objetivo é determinar se foi uma crise isolada ou se é Epilepsia, e caracterizar a síndrome epilética.
Na infância é muito importante determinar a síndrome epilética, porque muitas epilepsias na infância são genéticas. Algumas são autolimitadas e algumas têm crises muito pouco frequentes. Ë muito importante definir o diagnóstico para determinar o melhor tratamento e se existe a necessidade de tratamento medicamentoso.
Dra. Lucia Sukys Claudino
Neurologista e Neurofisiologista Clínica